Bom dia, meus caros amigos, aqui quem vos fala é seu guia Drag.
Faz tempo, não? Estive ocupado com minhas lições e não pude encontrá-los para mais viagens. Ultimamente tenho aprendido um pouco a respeito de como se contar histórias, há muito aprendizado acerca da voz e do tom com o qual se conta. Mas isso é para quem vai trilhar os caminhos de um bardo.
Hoje estive com um dos meus amigos mais chegados e conversamos a respeito de uma viajem que fizemos, anos atrás, para uma ilha mística onde, até hoje, apenas um humano teve a honra de pisar. Vocês devem conhecê-la através das histórias desse homem que, entre o seu povo, foi um grande rei. O nome da ilha é Avalon.
Conhecem esse lugar? Bom, vou partir do pressuposto que sim, pois desconheço a maior parte da lenda já que a ouvi há muito, quando ainda vivia entre os humanos. A história de Artur, um homem que virou lenda. Na verdade, Artur não seria o herói que foi se não dispusesse da grande espada Excalibur, que lhe foi dada pela Dama do Lago, que é a mulher mais poderosa do mundo, a suma sacerdotisa da ilha de Avalon.
Diz a lenda do famoso rei Artur, que este era o filho do rei Uther Pendragon, que teve algo de grande rei também, e da rainha Igraine, que, ao que parece, era parente da Dama do Lago, acredita-se que irmã mais jovem. Aparentemente, o tutor de Artur foi um grande sacerdote, Merlin, ele guiou o jovem Artur pelos caminhos de uma sabedoria que, provavelmente, era élfica.
Pouco sabemos sobre esse sacerdote, o Merlin. Alguns elfos, como meu professor de canto, procuram a resposta para a pergunta: "seria Merlin um dos nossos ou um impostor?". A única coisa que se sabe é que Artur tinha algum conhecimento acerca dos ensinamentos élficos, pois soube usar Excalibur com total eficiência.
Devem estar se perguntando, meus caros amigos, acerca da Senhora de Avalon, a Dama do Lago. Na verdade, este é um título dado a mulheres poderosas que dedicam sua vida aos serviços divinos. Às vezes se passam muitas gerações sem uma mulher ocupando esse cargo. Essas mulheres só podem se encontrar com humanos em situações excepcionais e jamais podem falar com eles, pois até na voz elas emanam poder. E os humanos jamais podem desconfiar de que tipo de poder é esse, pois não estão prontos para isso.Por isso, os elfos crêem, não foi a Dama do Lago que ensinou a Artur como usar Excalibur e, sim, o Merlin.
Bem, acabei por me perder em meus pensamentos acerca dos mistérios da lenda do rei Artur de Camelot. Voltemos à famosa Avalon onde, diz-se, Artur descansa. A verdade é que não lhes posso mostrar muito da ilha, pois é secreta e mística. Então apenas vou falar-lhes brevemente sobre tal lugar.
Entre os elfos, Avalon é conhecida por seu nome mais antigo: Ynys Avallach, que, traduzido para o idioma que nós, humanos, falamos, significa a Ilha das Maçãs. Acho que não faz mal dizer-lhes que essa ilha fica muito próxima a outra ilha conhecida por vocês como Glastonbury, acho que isso os do nosso povo já adivinharam.
Em Avalon, o Sol brilha mais forte o dia inteiro, mas não nos queima como ocorre normalmente. É um lugar de sonhos, uma ilha paradisíaca. Até águas doces dos rios que por lá passam são sagradas e reverenciadas como um Deus. Os sacerdotes de lá fazem três oferendas diárias aos deuses, uma no início da manhã, uma no início da tarde e outra no início da noite, reverenciando todos os deuses e todas as coisas sagradas deles. Os deuses, então, retribuem a generosidade dando a Avalon tudo que precisa para sobreviver sem interferência humana e, até mesmo, élfica externa.
Avalon é um lugar fantástico e imperdível no nosso caminho pelo meu mundo. Mas, infelizmente, está fora do nosso alcance, por isso só posso lhes contar a respeito. Quanto a Artur, esse está entre os maiores segredos de Avalon, o que significa, é claro, que não lhes posso contar em hipótese nenhuma.
Espero que continuem voando comigo pelo meu mundo mesmo após esse descontentamento.
Um abraço e até a próxima.
Drag
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